quinta-feira, 14 de abril de 2011

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Diário de escola



Nas próximas linhas passo a relatar o ocorrido na escola em que trabalho no turno da tarde.
Ao realizar a ronda vespertina pela escola (veja que não se trata de um presídio), identifiquei um tumulto na porta do banheiro feminino. Quando fui me aproximando, a pirralhada, principalmente da 5ª série, começou a sair correndo de dentro do recinto bradando: “estão transando no banheiro!”

Adentrei no banheiro e solicitei ao restante d@s menin@s que saíssem, e fui verificar o que estava ocorrendo. Haviam duas portas fechadas e por baixo da porta pude identificar dois pares de sapatos descalços, um em cada porta. Imagine o que se passou pela minha cabeça.

O que estará de fato acontecendo? Seriam então dois casais, um em cada banheiro, mas porque tinha um par de sapatos em cada banheiro? Então, para satisfazer a minha curiosidade (imagine a d@s menin@s) empurrei com força a porta de um dos banheiros. Vi uma moça se vestindo, e ao ficar surpresa em ver-me disse: professora não é o que a senhora está pensando, nós estamos apenas trocando de calças, pois vestimos o mesmo número, só que a minha calça é 38 e a dele é 36, mas vou logo lhe dizendo eu não gosto de homem eu gosto mesmo é de mulher. Em seguida empurrei a outra porta, neste recinto o menino também estava se vestindo e foi logo me dizendo: professora eu sou gay e ela está falando a verdade, estamos apenas trocando de calças.

E continuou... a senhora vai nos levar para a diretoria? Neste instante adentra outro rapazola no banheiro que me diz: professora eu ouvi o que eles disseram e lhe asseguro, eu os conheço, eles são quem realmente estão dizendo, eles estão falando a verdade.

E o garoto que estava se vestindo, insistiu na pergunta, nós vamos para a diretoria? Por ser uma situação inusitada, de imediato não sabia o que lhes dizer, e para ganhar tempo para agir na urgência e decidir na incerteza (já que a nossa formação não nos prepara para a complexidade, a diversidade e as situações profissionais que teremos de enfrentar), solicitei seus nomes e turma. A garota pediu-me uma caneta e identificou seus nomes e turmas. Ganhei tempo e, em seguida, lhes respondi: a diretoria está aqui, no banheiro com vocês, não discrimino homossexuais e respeito a opção de vocês, entretanto, vocês não podem continuar causando este tipo de transtorno e tumulto na escola. Da próxima vez utilizem os banheiros que a escola dispõe para apenas dois sexos, no caso, você menina usa o feminino e você, garoto, o masculino (pensei o que iria registrar no livro de ocorrências, eles não cometeram nada de tão grave, pois se tivessem nas escolas banheiros que contemplassem as outras opções sexuais, esta situação, hoje inusitada, seria normal).

Será que agi corretamente nesta situação? Se fosse com você, o que teria feito? Na oportunidade informo que tenho que registrar o ocorrido no livro de ocorrência diário da escola. O que você escreveria?

quarta-feira, 6 de abril de 2011

Da falta de motivação ao ensinar pela pesquisa


Escrevi um item na minha dissertação de mestrado resultado de minhas reflexões, das aulas que ministrei e das entrevistas realizadas com docentes de ciências e de biologia sobre a falta de motivação de nossos estudantes em nossas aulas. Gostaria de compartilhar alguns trechos com vocês caros(as) leitores(as).



Em sendo a motivação resultado da educação que os estudantes recebem e de como é ensinado os conhecimentos científicos, esta deixa de ser um problema não apenas dos alunos mas do próprio ensino que não os mobiliza para aprender. Neste sentido, a falta de motivação deveria ser concebida de maneira mais complexa, não somente como uma das causas da aprendizagem deficiente da ciência, mas como uma de suas primeiras consequências.
O sistema educacional tem tido por função servir à reprodução social. Esta reprodução se deve aos métodos empregados por professores e administradores educacionais centrados na cópia e na repetição. Na sala de aula, poderia ser desenvolvida a capacidade argumentativa, sendo fundamental substituir a certeza pela possibilidade da dúvida. Neste contexto a pesquisa pode ser entendida como um conjunto de ações educativas fundamentadas no diálogo e no questionamento, possibilitando a reconstrução do conhecimento a partir da argumentação cotidiana em sala de aula. A pesquisa tem por significado cada um participar ativamente da construção/produção de seu conhecimento e dos colegas de classe.
Se compreendermos as funções distintas do papel dos professores e da escola no desencadeamento da motivação dos alunos, se entendermos que os estudantes se mobilizam para coisas diferentes e em direções diferentes daquelas que nós professores projetamos para eles, poderemos implementar ações e atividades que podem ir ao encontro das aspirações tanto nossas (professores) como dos alunos, entre eles sugiro realizar pesquisa em aula, através da qual poderemos:
  • favorecer as perspectivas e os interesses dos alunos, suas concepções e crenças, os contextos e as situações específicas em que a prática tem lugar;
  • superar a função transmissiva, passando a atuar como mediador da aprendizagem dos alunos, ajudando-os no esclarecimento dos questionamentos e problematizações, proporciona auxílio no planejamento e concretização das pesquisas realizadas por eles;
  • compreender o uso dos laboratórios multidisciplinares com nova/outra perspectiva epistemológica de ensino de ciências e biologia, dando novo sentido e significado a esses espaços;
  • utilizar da investigação escolar como princípio educativo, objetivando superar o modelo transmissivo tradicional, que corresponde a um processo geral de produção de conhecimento, baseado no tratamento de problemas, que se apóia tanto no conhecimento cotidiano como no científico que se aperfeiçoa progressivamente na prática.

Na situação de pesquisa em sala de aula e fora dela, o produto das atividades de investigação, estando aí incluídos os resultados das leituras, dos experimentos, das entrevistas, dos debates e dos textos elaborados contribuem para o desenvolvimento da prática argumentativa, isto é, um exercício no qual os alunos não têm apenas que ouvir, mas falar, questionar, responder, enfim, argumentar, se caracterizando este processo como etapas de avaliação e de acompanhamento do crescimento e produção dos alunos.

sábado, 2 de abril de 2011

Reflexões sobre o nosso sistema educacional brasileiro:

Já é de nosso conhecimento que o sistema de ensino brasileiro encontra-se assentado no paradigma da certeza. Em termos de ensino, o currículo escolar está organizado tradicionalmente por disciplinas estanques que tem conduzido o aluno apenas ao acúmulo de informações que pouco ou quase nada será aproveitado em sua vida, quer cotidiana, quer profissional, até porque o desenvolvimento científico e tecnológico é de ordem tão variada e acelerada, que é quase impossível ao aluno sistematizar, armazenar e processar essa imensa quantidade de informação que o currículo tradicional, assim como os programas de vestibular, estão a exigir da educação média (FAZENDA, 2005). 

Para Japiassu (2002), o nosso conhecimento nasce da dúvida, se alimenta da incerteza. Se nos abrigarmos cega e acriticamente sob o manto protetor do chamado conhecimento objetivo, do conhecimento verdadeiro, do conhecimento “científico”, como se fosse a expressão de uma verdade acabada e absoluta, cairíamos facilmente na tentação de viver uma vida intelectual parasitária, consequentemente, estaríamos nos impedindo de colher os melhores frutos da relatividade da vida.

Aos docentes cabe refletir a respeito de sua práxis, considerando que há um desejo latente em desenvolver suas atividades pedagógicas de maneira interdisciplinar integrada com atividades dos demais docentes da unidade escolar e assim conduzir uma aprendizagem significativa, que lhe proporcione prazer junto com seus alunos.
Fazenda (2002) considera a atitude interdisciplinar uma atitude de espírito, não algo que se ensine ou que se aprenda. É atitude feita de curiosidade, de abertura, de sentido de aventura, de intuição das relações existentes entre as coisas e que escapam à observação comum. Através da postura interdisciplinar poderemos revolucionar hábitos já cristalizados, passamos de um saber setorizado a um conhecimento integrado.
O que impede a eliminação das barreiras entre as disciplinas? Será o nosso comodismo? Considerando que é mais fácil trabalhar de forma fragmentada e isolada do que colocar em discussão as próprias ideias e confrontá-las com as idéias alheias, ou será que nossa formação inicial não nos proporcionou essa possibilidade de vivenciar e experimentar o novo e dessa forma justificamos o nosso comodismo.

A quem iteressar...

 
Caras leitoras, em sua atenção e para o deleite de algumas feministas sugiro que acessem o site:
http://www.perguntascretinas.com.br/2007/11/04/a-vinganca-das-mulheres-frases-contra-os-homens/
http://bolagato.wordpress.com/2007/11/21/a-vinganca-das-mulheres-frases-contra-os-homens/

Na verdade, não acessem não, pois são sites que discriminam os homens, os quais (os homens) entendo que devem ser tão respeitados quanto qualquer outro terráqueo habitante de nosso planeta/ilha chamada Terra.