Escrevi um item na minha dissertação de mestrado resultado de minhas reflexões, das aulas que ministrei e das entrevistas realizadas com docentes de ciências e de biologia sobre a falta de motivação de nossos estudantes em nossas aulas. Gostaria de compartilhar alguns trechos com vocês caros(as) leitores(as).
Em sendo a motivação resultado da educação que os estudantes recebem e de como é ensinado os conhecimentos científicos, esta deixa de ser um problema não apenas dos alunos mas do próprio ensino que não os mobiliza para aprender. Neste sentido, a falta de motivação deveria ser concebida de maneira mais complexa, não somente como uma das causas da aprendizagem deficiente da ciência, mas como uma de suas primeiras consequências.
O sistema educacional tem tido por função servir à reprodução social. Esta reprodução se deve aos métodos empregados por professores e administradores educacionais centrados na cópia e na repetição. Na sala de aula, poderia ser desenvolvida a capacidade argumentativa, sendo fundamental substituir a certeza pela possibilidade da dúvida. Neste contexto a pesquisa pode ser entendida como um conjunto de ações educativas fundamentadas no diálogo e no questionamento, possibilitando a reconstrução do conhecimento a partir da argumentação cotidiana em sala de aula. A pesquisa tem por significado cada um participar ativamente da construção/produção de seu conhecimento e dos colegas de classe.
Se compreendermos as funções distintas do papel dos professores e da escola no desencadeamento da motivação dos alunos, se entendermos que os estudantes se mobilizam para coisas diferentes e em direções diferentes daquelas que nós professores projetamos para eles, poderemos implementar ações e atividades que podem ir ao encontro das aspirações tanto nossas (professores) como dos alunos, entre eles sugiro realizar pesquisa em aula, através da qual poderemos:
- favorecer as perspectivas e os interesses dos alunos, suas concepções e crenças, os contextos e as situações específicas em que a prática tem lugar;
- superar a função transmissiva, passando a atuar como mediador da aprendizagem dos alunos, ajudando-os no esclarecimento dos questionamentos e problematizações, proporciona auxílio no planejamento e concretização das pesquisas realizadas por eles;
- compreender o uso dos laboratórios multidisciplinares com nova/outra perspectiva epistemológica de ensino de ciências e biologia, dando novo sentido e significado a esses espaços;
- utilizar da investigação escolar como princípio educativo, objetivando superar o modelo transmissivo tradicional, que corresponde a um processo geral de produção de conhecimento, baseado no tratamento de problemas, que se apóia tanto no conhecimento cotidiano como no científico que se aperfeiçoa progressivamente na prática.
Na situação de pesquisa em sala de aula e fora dela, o produto das atividades de investigação, estando aí incluídos os resultados das leituras, dos experimentos, das entrevistas, dos debates e dos textos elaborados contribuem para o desenvolvimento da prática argumentativa, isto é, um exercício no qual os alunos não têm apenas que ouvir, mas falar, questionar, responder, enfim, argumentar, se caracterizando este processo como etapas de avaliação e de acompanhamento do crescimento e produção dos alunos.
Olá blogueira,
ResponderExcluirParabéns pela página. Já sou leitor.
A propósito, o título é muito bom.
O "Diário de um educador" que se cuide! rsrsr
Abs,
Edson Junior